Meu sonho/ Meu velho casarão.
Meu Deus! Há quanto tempo sai daqui e hoje voltei no sonho para rever meu velho casarão. Como na vida damos muitas voltas no sonho não poderia ser diferente e ele brincou com minhas emoções já vividas, mas não esquecidas apenas adormecidas e lá estava eu de mudança para uma casa que eu já conhecia muito bem, pois ali eu morei por longos anos, mas tinha algo diferente e comentei com meus filhos, como vou arrumar os móveis não tem espaço deixaram toda a mobília na casa, olhei em volta a casa se transformou já não era a que eu morei depois que casei, mas sim a casa que me viu nascer que fez parte da minha infância minha juventude, e de todo o dia feliz que ali passei com minha família. Das travessuras quando criança e do mau humor da adolescência, se as paredes falassem o que iriam dizer dos pontapés, chutes, e cabeçadas sem falar nos socos que levou por conta das brincadeiras e brigas dos meus dois irmãos e das vozes alteradas dos nossos pais, tentando acalmar os ânimos para que por alguns minutos voltasse à paz e o silêncio a reinar em casa, mas nem sempre eles conseguiam acalmar e acabavam entrando nas brincadeiras bagunçando ainda mais que nós que éramos crianças. Exclamei como meu Deus eu mudei para minha casa com minha família e me encontro aqui na casa dos meus pais entre móveis empoeirados revendo tantos momentos e sentindo a emoção de estar novamente ali. Fui abrindo todas as janelas para que entrasse ar e sol e dei-me conta a casa se encontrava num total abandono, ao abrir aporta de um dos cômodos senti um cheiro muito forte de mofo que ao poucos foi suavizado por um perfume de rosas que exalou pelo cômodo que era o quarto dos meus pais e foi então que vi faltava à metade de uma das paredes estava quebrada e um grande entulho se formou de pedras muito altas o que me fez olhar para cima, e em cima daquele entulho estava uma cama com lenções brancos e deitada sobre ela uma mulher muito idosa que olhou para mim e lentamente se livrou dos lenções levantou da cama e deslizou suavemente sobre aquele entulho de pedras e veio ao meu encontro, até meus ossos eu senti congelar naquele momento ao ouvir novamente aquela voz tão suave e ao mesmo tempo tão firme tão segura no que dizia e por mim tão conhecida. Segurou minhas mãos e falou filha eu tinha que vir aqui para te ver sinto muita saudade e ti amo muito. Segurei com força suas mãos magras consumidas pela idade e a doença olhando em seus olhos meigos e em seu rosto eu vi aquela expressão suave, mas que escondia uma mulher severa e determinada em tudo que ela queria pra si e para os filhos, e agradeci bendito sonho que enquanto eu dormia levou-me nessa viagem tão linda e proporcionou esse reencontro de mãe e filha e pude, mais uma vez dizer-lhe com todas as letras e emoção eu também ti amo muito minha mãe e sinto a falta do teu carinho teu colo teus abraços e a saudade são imensos tão grandes como o amor que sinto por ti, minha mãe a que bom vieste encontrar-me aqui no nosso velho e amado casarão.
07/06/2015/ Jalcy Dias