Pai
Estático em uma tela fria
Sem cor e sem vida
Apenas a afeição parecida
O sorriso, a boca e o queixo
Ter os seus traços como herança
Te conhecer sem ter olho no olho
Sem abraço, sem aperto de mão
Sem ouvir a voz, sem sentindo
Buscando um motivo, uma razão
Obra do destino ou do acaso por acaso
Tentar entender é sofrer em vão
E a vida é via de ida, jamais de contramão
No sossego do meu quarto
Sem saudade ou nostalgia
Percebo que ali, inerte
Numa simples fotografia
Está aquele que sequer
Escutou-me chamá-lo: PAI!!!