CIRANDA
C I R A N D A
No grande quintal da pequena casa
da infância e dos meus sonhos;
onde brincaram
Olavo, Olenca, Osmar, Luzia, Otelo e Otavio;
os brinquedos, rudimentares então,
no chão ficaram; esquecidos? Jamais!
As bolas de meia e as bonecas de pano,
os carrinhos os piões
na memória estão, e guardaram,
junto com o pó da terra,
todas aquelas emoções,
que encravadas estão
em nossos corações.
Depois, nesse mesmo quintal,
levado para outras cidades, outros rincões,
brincaram também Enio, Fabio e Luiza.
O asfalto cobrira onde antes havia chão,
e já chegara o rádio e também a televisão.
As bonecas e os carrinhos não estavam mais sozinhos.
As bicicletas e as bolas, as pipas e os balões,
conviviam irmanados, na mesma infância,
de idênticas ilusões.
Hoje esse mesmo quintal, esse quintal viajante,
qual máquina do tempo,
Acolhe Vitor, Vitória e Beatriz.
Eles continuam a brincar.
São outros os brinquedos agora,
que se juntaram aos de outrora.
São os “games” que nas imagens de uma tela multicor
reproduzem outros mundos,
outros quintais, espaciais, siderais,
criados por alguns homens e mulheres
velhos no corpo, mas jovens em espirito,
que teimosos, recusam-se,
simplesmente, tão somente, unicamente,
a deixar de ser,
o que já não são mais:
Crianças.
Para sempre,
crianças.
∞
Jdy - med/sar/cto
dez/15 – ago/16