A IDADE DA RAZÃO
A criança nasce cercada de carinho,
Tranquila dorme em seu bercinho,
Muito frágil, carece de tanto cuidado,
Presente de Deus, sublime, e delicado.
O ser que mais precisa de proteção,
Também de amor, desvelo e atenção.
Na adolescência, adulto já julga ser,
Não aceita as opiniões, pensa tudo saber.
Faz as tarefas escolares com relutância,
Vive na idade e fase da inconstância.
Com o tempo, já começa a compreender,
Até já pensa qual profissão escolher.
Pais e filho se comunicam na maturidade,
Finda a idade crítica, não há mais rivalidade.
Trocam idéias e bons amigos se tornam,
Convivem bem, de casos passados recordam.
De repente, o filho perde o seu conselheiro,
Choroso, sente falta do amigo verdadeiro,
Que na mocidade não o soube compreender,
Problemas, sem ele não consegue resolver.
Na velhice, sensato, à vida dá mais valor,
Mais sensível e mais voltado ao Criador.
Emociona-se com o amanhecer e o anoitecer,
Rodeado dos netinhos, meio criança, volta a ser.
Entre pais e filhos sempre houve diferença de opiniões,
Desde o princípio existe o conflito de gerações,
Problema de imaturidade, no pensar e na idade,
Não aceitam conselhos por mera competitividade.
De seus pais com saudade começa recordar,
Com lágrimas nos olhos, começa a soluçar.
Na adolescência, nunca, lhes deu afeição,
Velho e fraco, sabe que está na idade da razão.