AVÔ - Poesia nº 27 do meu terceiro livro "Relevos"
Palavras sábias, já bem descansadas,
Ditas pelo teu amor que em mim existe.
E a tua certeza num olhar alegre ou triste,
Olhar sério ou simplesmente olhar sereno.
Amei-o como avô e amei-o como pai também.
Mesmo que já crescido, fui eu, o seu pequeno!
Transmites a boa paz e muita segurança
Em suas mãos de peles finas dobradas...
Os braços fortes da lavoura e do engenho,
Nos seus bons tempos, agora me abraçam...
É só um pouquinho surdo. Um lindo grisalho
Nos seus cabelos, que brilham como o orvalho.
Sem alguns dentes naquele sorriso tão calmo,
Meditava para mim a proteção de um Salmo.
Querido homem amado do sítio,
As suas velhas pálpebras são os
Pergaminhos dos dias passados.
Te amei em vida, te amarei até a minha morte!
Foste tu, a razão do meu viver, da minha prece...
Sem você o meu coração sofre, a alma padece!
Jlle, 05/08/1990.
Ps. Poesia escrita no dia do falecimento do meu avô materno (José Celso Cardoso).
Eduardo Eugênio Batista
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