OS MEUS PAIS
CONTINUAÇÃO DO POEMA OS MEUS PAIS
Eu por exemplo era escusado,
Era escusado de ter nascido,
Pra nesta vida ser um reformado,
Uma reforma sem sentido.
Na juventude tive tido uma invalidez,
Que foi na verdade um despautério,
Foi uma grande e grande estupidez,
E foi um grande impropério.
Fui na tropa, um Psicopata,
E sai da tropa com outra doença,
No tempo de Salazar com gravata,
A tropa não é como se pensa.
Não me adaptei a nenhum ensino,
Não tenho culpa de ser assim,
Já era assim então o meu destino,
Ter mesmo um destino muito ruim.
Para isso, valia mais ficarem quietos,
Não me terem deitado ao Mundo,
Não me darem á luz, está correto,
Porque isto é um inferno profundo.
Tanta força de vontade, tanto esforço,
Tanto sacrifício, mesmo para nada,
No Mundo onde mesmo me forço,
Tenho a minha vida desgraçada.
Gostava que os meus pais fossem ainda,
Vivos, para lhes dizer a verdade,
Com calma, nesta minha boa vinda,
Á tona desta grande realidade.
Mostrar-lhes os erros afinal,
E dizer-lhes, que nada fizeram
Que fizeram tudo mesmo mal,
E que não mesmo compreenderam.
Sou vitima infinita dos meus pais,
Pecaram muito, nestes seus erros,
Por causa deles, nunca tive ideais,
Nem Sonhos, só mesmo enterros.
LUIS COSTA
Segunda-feira, 06 de Junho de 2016