A LIRA DE UM JOSÉ
LUIZ AUGUSTO DA COSTA
E só quem te viu zarpar,
Em um porão clandestino
Pode no peito imaginar,
A dor de um retirante menino.
Cheio de medo e incerteza,
E esperança no olhar,
Sempre com muita nobreza
E vontade de lutar.
E só quem te viu amar,
E enfeitar a Lira com Flôres,
Pondo sonhos a bailar
No linho branco de amores.
E só quem te viu lutar
Noite e dia no batente
Sem deixar nada faltar
E ainda acolhendo parentes.
E quem te viu chorar
Na tragédia de sangue no chão,
Em que alguém ficou sem andar,
E a lira perdeu a canção.
E só quem te viu sorrir
Ao nascer seus descendente
E a filha conseguir,
Um diploma imponente.
Ele tentou Trilhar sempre o bom caminho
Com as ferramentas que a vida lhe deu
E esta é a lira de um José, que José Lira escreveu.
Escreva também a sua!