Meu Amigo oculto (Declarado em reunião de Natal da família)
E chegou novamente o Natal...
Que sentimentos e reações diferentes sugere a tantos.
Para mim... um momento mágico.
De verdade...
Semeado desde não sei quando,
Descobri-me e cresci fascinado por êle...
Sinto-me criança...
Sentir-me criança, faz-me descansar o espírito,
Livre para afogar-se em sentimentos que o dia a dia ironiza.
Aberto para perceber o que meus olhos nem sempre vêem.
Neste ambiente de magia,
Percebo uma árvore,
Que brota do chão,
Que cresce, floresce e resplandece
Soberba, em sua simplicidade,
Silenciosa, despretensiosa.
Bondosa.
Proteção segura do calor escaldante
Ou da insana tempestade.
Alimenta também.
Acolhe ninhos, embala crianças.
Sem cobranças.
Vejo também um guerreiro
De uniforme branco, sem armas ou armaduras.
Sem fronteiras, sem bravuras.
Apenas sereno e atento.
Sua guerra é o arrebatamento
Do amor e da paz.
Gabriel, seu comandante, por decisão superior,
Nos brinda com um representante
Permanente.
Camuflado, feito gente
Que, como a tal árvore, somente
Veio para servir.
Que ventura tê-lo como amigo.
Oculto, apenas em sua verdadeira natureza...
O meu amigo oculto
É o meu pai.