Essas mãos...

Essas mãos que tremiam

Ao ver-te pela primeira vez,

Franzina, frágil, assustada...

Essas mãos que, então, te tomaram ao colo,

Triste, distante, indiferente,

Entregue e impotente...

Essas mãos que te apertaram tanto ao peito

Como se quizessem ali introduzir-te,

Como saudade antiga, incontida...

Essas mãos que pensavam saber tudo

Que ao conduzir-te, sempre, surpreendidas,

Aprendiam mais que guiavam...

Essas mãos que te afagaram

E que, em desespero, também repreenderam,

No vai e vem de tanta vida...

Essas mãos que se despediram

E te abraçaram em repetidos reencontros

Ditosos, mas quase sempre curtos...

Essas mãos que se esfregaram aflitas

Em solitária e silenciosa dor

Em tantas noites de vigília...

Essas mãos que se juntaram, humildes,

Em preitos de grande fervor

Por tua sorte...

Essas mãos que seguraram tuas fotos

E testemunharam só sorrisos

Em qualquer momento...

Essas mãos que, acho, nunca entenderam

Tua independência, arrojo e energia,

Teus caminhos, escolhas e alegria...

São as mesmas mãos que hoje te aplaudem

Em frenética e histérica ovação,

Que escondem o choro teimoso...

São as mãos que a ti se estendem

Em respeito, orgulho e devoção.

Só querem teu amor, em eterna comunhão...

Para Paola Moreira da Rocha,

De seus pais Luiz e Eliane,

No dia de sua formatura.

Curitiba, 09 de Dezembro de 2.005.