UM DIA - MINHA VELHICE 1
Um dia
Quando, com mãos trêmulas
Tentar resgatar poemas perdidos;
Quando minhas pernas,
Arqueadas pelo tempo
Sôfregas, somente caminharem
Com o justo apoio da bengala.
Quando minha presença
Deixar de ser notada
E causar mera comiseração;
Quando a luz de meus olhos
Apressarem seus lampejos de extinção;
Quando meus raros cabelos,
Se houverem,
Como neve, minha cabeça povoarem.
Ah, um dia.
Quando minha voz outrora altaneira
Soar como um grunhido,
Um mero pigarro, talvez.
E quando meus netos,
Incomodados com a incômoda fumaça
Do velho e seboso charuto, que tanto aprecio.
Charuto amigo
Que tanto me inspirou em textos e livros.
Certamente gritarão:
- Vovô,vair dar uma volta!
Um dia.
Quando meu olhar para as belas garotas
Já não seja tão sacana;
Neste dia,
Graciosamente, neste dia eu poderei afirmar:
- Valeu a pena!
Valeu a pena o olhar e o sorriso de minha mãe,
Quando em seu leito
Me amamentava em seu peito.
Continua no próximo - Um dia - Minha velhice 2
Um dia
Quando, com mãos trêmulas
Tentar resgatar poemas perdidos;
Quando minhas pernas,
Arqueadas pelo tempo
Sôfregas, somente caminharem
Com o justo apoio da bengala.
Quando minha presença
Deixar de ser notada
E causar mera comiseração;
Quando a luz de meus olhos
Apressarem seus lampejos de extinção;
Quando meus raros cabelos,
Se houverem,
Como neve, minha cabeça povoarem.
Ah, um dia.
Quando minha voz outrora altaneira
Soar como um grunhido,
Um mero pigarro, talvez.
E quando meus netos,
Incomodados com a incômoda fumaça
Do velho e seboso charuto, que tanto aprecio.
Charuto amigo
Que tanto me inspirou em textos e livros.
Certamente gritarão:
- Vovô,vair dar uma volta!
Um dia.
Quando meu olhar para as belas garotas
Já não seja tão sacana;
Neste dia,
Graciosamente, neste dia eu poderei afirmar:
- Valeu a pena!
Valeu a pena o olhar e o sorriso de minha mãe,
Quando em seu leito
Me amamentava em seu peito.
Continua no próximo - Um dia - Minha velhice 2