Ciranda
No tabuleiro dos dias,
ontem estávamos assim ...
Hoje, não mais...
“Passa, passará
quem de trás, chegará”...
Uma geração
sucede a outra...
as singularidades
têm continuidade...
Tons e tiques,
sentimentos,
jeitos de olhar
o horizonte
e a lua cheia;
tocar e pegar a colher...
sonhar a vida
e pagar as contas;
a textura de cabelo
e o exercício do ofício...
Bagagens e acessórios
atualizam... renovam esperanças!
Aos cabelos brancos,
à calmaria do passo
e do abraço
sucede a vitalidade ;
o ímpeto
a alegria
do novo!
Permanece o encanto
e a curiosidade
fazendo enlaces...
Delicadezas, preferências,
inteligências, traços,
debilidades, histórias
que se repetem,
mudam de rumo,
transformam
renovam
aprofundam...
Tudo coisa de Mãe!
Da Grande Mãe!
Que no amoroso ventre,
com seu velho, perseverante
e bom coração,
segue nos forjando,
a nós, mães,
em duras e doces provas,
para gestar, manter
e transformar a VIDA...
esta ciranda sem fim,
este movimento incessante
de encontros, desencontros
e recheios personalizados,
inusitados,
apaixonantes!