Pela poesia que chamo de Mãe
À você que é poeta
e poesia,
e que me ensinou a arte de ser.
Tu, que és poesia ambulante,
música e melodia que anda,
e que me faz levar mais um casaco
pois tem ciúmes de que o frio me atinja.
À você,
que acende mais um cigarro
em sincronia com o meu,
e que
com olhos tristes sente falta do sorriso
que se fora.
Poesia pura,
escrita à Mulher coragem que me criou,
e que me ensinou a não temer o amor,
e que sem palavras me disse
“a coragem que temos é para poucos,
mesmo que essa nos traga todos os medos do mundo”.
Teus olhos levam o amor a todos
e medo aos que temem o amor,
pois eles sabem a tua capacidade de fazê-los senti-lo.
Temos nossa solidão na companhia um do outro,
e sentimos orgulho um do outro,
se esse orgulho nos faz fracos e pecadores
que Deus me permita ser O Pecador.
Tu danças na manhã
ao som dos blues do Sol de verão,
amas o calor do verão
como o calor da fricção de pés na estrada,
observas sem se dar conta,
e és mãe do teu mundo
e de tantos outros.
Mas és minha mãe,
e amo-te
de corpo,
alma,
mente,
poesia
e coração.