Desenho escrito

Belém, 06 de maio de 2016.
 
Ei Mãe
Virei pessoa subversiva
Vou ver se explico o que é isso
Pra senhora entender
 
Ó Mãe
É uma coisa bagunceira
Pra um mundo um tanto bagunçado
Eu diria até maluco
 
Puxa Mãe
Lembra quando eu ia pra diretoria?
Na escola desculpe se choraste
Só você sabe de minha rebeldia 
 
Mas olha Mãe
Quando fui era por algo justo
Era o que eu não achava no sistema
Da igualdade para todos
 
Taí Mãe
Eu não consegui mudar
E na velhice ainda questiono
O dinheiro que recebo
 
E veja Mãe
Sendo assim no combativo
Tenho espírito de quem dançava Rock na minha juventude
 
E assim Mãe
Talvez eu vá pra diretoria
Ficar de castigo mas eu juro resistir
 
E olhe Mãe
Bem dentro dos meus olhos
É a mesma criatura utopia
Na qual tu davas a mão
 
Me abraça Mãe
Que meu medo passa logo
Que sapequice sou eu
Que já melhor eu volto a bagunçar
 
Te amo Mãe
Eu não te fiz um desenho
Mas bordei escrito aqui
Essas palavras pra dizer
Que ainda sou sua criança.