CAVALEIRO AFAMADO

No meu tempo de moço tinha montaria de primeira,

Namorei moça bonita pobre, endinheirada e faceira,

Com muito dinheiro no bolso, andava sempre alinhado,

No lugar onde eu morava era querido e afamado,

Tinha um cavalo de nome “ estrelo”, de cor avermelhada,

Uma mula chamada princesa marchadeira e bem domada,

Possuí também a “lorena” boa de sela que só faltava falar,

Mansa, cuidadosa, obediente que dava prazer em montar.

Montava em muito cavalo bravo, medo nunca conheci,

Aguentei muitos pulos e corcovos, da sela jamais caí,

Que eu fui bom cavaleiro, isso ninguém pode negar,

Nenhum cavalo ou burro xucro conseguiu me derrubar.

Em toda a minha vida, fui uma pessoa de muita sorte,

Meu primo Geraldo estava muito doente, à porta da morte,

Arriei a mula “lorena”, era meia-noite quando de casa saí,

Chovia muito e a ponte do rio inundada logo percebi.

A mula seguiu adiante, por dentro d’água ela passou,

Logo depois uma baixada na água represada ela nadou,

Foi a maior e a pior dificuldade daquele momento,

Atravessei aquele trecho com Deus no pensamento.

A viagem foi penosa e perigosa, demorei a voltar,

Cheguei em casa encontrei minha mãe chorando a rezar.

O médico logo chegou e o meu primo Geraldo foi curado,

Passado tantos anos, por mim ele sempre tem rezado.

Uns acharam ato heroico, outros que fui imprudente,

Eu faria tudo de novo para salvar a vida de um doente,

Era bom cavaleiro, a mula mansa, e Deus a meu lado,

Foi Francisco Toledo, o autor dessa aventura, seu criado.

Obs. História contada pelo próprio Francisco Toledo

foi conhecida de todos

Na década de quarenta.

Miguel Toledo
Enviado por Miguel Toledo em 21/02/2016
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