O RETRATO

Ela está muito bonita na fotografia, alegre, sorridente,

Em casa, despreocupada, a foto foi tirada de repente,

Colocando a roupa no varal, então, ela foi surpreendida.

Disposta, de uma maneira jovial, feliz e de bem com a vida.

Denotando uma expressão vigorosa mas, serena e calma,

Rosto risonho, olhos esverdeados, sempre com a paz na alma.

Cabelos claros e ondulados, pele lisa, clara e de suavidade,

Olhar de ternura, de simpatia, de amenidade e de serenidade.

De uma casa na Rua Pernambuco, lugar muito bonito,

Eram os proprietários Terezinha e seu esposo Benedito,

Localizada na Vila Cristóvam, por bons vizinhos cercados,

Por felizes reuniões os anos oitenta ficaram bem marcados.

Onde, todos os sábados, divertíamos com jogos a escolher,

Simples disputas inofensivas, mas ninguém queria perder.

Jogava-se mau-mau, mico, escopa quinze e também bisca,

Por não ser jogo a dinheiro, o competidor mais se arrisca.

Competições inocentes, passatempo, para simples distração

Mas aquele que sempre perdia, recebia uma sonora gozação.

E nos feriados, por um tempo maior o jogo se prolongava,

Para o jogo do sábado seguinte toda família nos convidava.

Esse convívio, esse lazer ou diversão, por alguns anos durou,

Essas reuniões, esses passatempos, jogos, tudo isso terminou.

Com o tempo, por horário de serviço e outras dificuldades,

Deixou-nos muitas recordações, sobretudo, muitas saudades.

Minha irmã Terezinha, precocemente, se foi e nos disse adeus,

Partiu deste mundo, nos deixou e foi morar bem junto de Deus.

Pelo seu doce e alegre convívio, quando desta terra se despediu, Restou-nos muita dor, muita tristeza, aflição quando ela partiu,

Esposa zelosa, mãe e avó amorosa, com muita fé e devoção,

Que ia às excursões, à Aparecida, à igreja e, ainda à procissão.

Devemos lembrar dela, com a aparência da foto, contente,

Como se ela estivesse aqui, em nosso meio, embora, ausente.

Miguel Toledo
Enviado por Miguel Toledo em 20/02/2016
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