O Menino na Areia
O menino na areia deitado,
Sem ninguém, ali foi abandonado.
Abandonou sua casa e sua terra,
Fugindo dos horrores da guerra.
Medo, sede, fome e frio sentindo,
Às pressas de seu país partindo.
Num barco pequeno superlotado,
Em pouco tempo, havia naufragado.
Agora, o menino quieto e imóvel deitado,
Rosto sereno, sem dor na areia deixado.
Está livre do homem e da batalha,
Logo envolto em pequena mortalha.
A humanidade com sua maldade,
Desprezou-o sem dó, sem piedade.
Em sua pátria só encontrou guerra e horror,
Cedo partiu para os braços do Senhor.