O despreparo da geração mais preparada

Creio não nos ser permitido

somente sonhar e não acordar cedo

para regar aquele sonho,

com água na medida certa,

para mantê-lo vivo.

É mais ou menos assim essa geração,

como bem a caracterizou meu filho.

Mas temos como pais também

a nossa parcela de culpa,

ao não querer e insistir

que não passassem pelo que passamos,

nos esquecendo do esforço da borboleta

ao deixar o seu casulo, com bastante esforço,

para se tornar bonita, saudável e perfeita.

Só as mães são felizes,

assim escreveu e interpretou o poeta.

Mães protegem, mães mimam

que também têm suas parcelas de culpa,

enquanto que cabe ao leão,

fazer com que o leãozinho,

depois de crescidinho,

tenha o seu próprio bando.

(Não somos bando, somos família,

mas nem só por isso somos mais sábios.)

Tudo muito bacana,

mas beber o caldo

não é como chupar a cana.

Uma geração de tubarões vegetarianos

com preguiça de caçar.

*Título sugerido pelo coautor, meu filho, 25 anos.