Aos Meus Irmãos de Sangue
A despeito das divergências de conceitos
Que deleite é encontrar os meus irmãos!
Em uníssono bombeiam naqueles peitos
Corações em abraços e apertos de mãos
Vêm à tona histórias das nossas infâncias
Entre risos e lágrimas lavamos as almas
Estreitamos nossos laços e as distâncias
Na mesa de conversas francas e calmas
Citamos o primogênito, saudoso Alaércio
Que em seu tempo era o rei do comércio
Depois o segundo, nosso intrépido Adair
Contador de belas histórias a nos distrair
Prematuramente nos deixou Doutor João
Um médico abnegado de enorme coração
O nosso eterno e simplesmente Joãozinho
Como o chamávamos com muito carinho
Daí para o quarto, o alegre e irônico Gil
Audacioso, um homem de peripécias mil
Gente fina elegante Terezinha Aparecida
E a sua veia cômica a nos alegrar a vida
Para completar a ala feminina, veio a Léia
Depois de tantos meninos, uma boa ideia
De sensos aguçados do dever e da justiça
Trabalhadeira, não sabe o que é preguiça
O sétimo é o metódico asséptico Gilberto
É íntegro e sistemático, prima pelo certo
E o oitavo sou eu, esse que vos escreve
Não devo falar de mim só para ser breve
O nono é a paz em pessoa, é o Luquinha
Aquele que mais perto de mim caminha
Por fim, o décimo e caçula é o Waltinho
Altruísta, faz a boa política pelo caminho.