Na Barra
Ao Tio Fernando
Ao Tio Fernando
Na aba da casa,
fazendo a sombra sobre as turvas águas,
o longilíneo retrato de tua presença afável.
Foram tempos de chapéus coloridos
e janelas azuis,
a quem as via de longe, chegando.
E como a quem o passo da vida supera
– quimera pensar-se o contrário –,
teu sorriso vário parece que ainda lá espera.
Admira-se o cenário,
mas pouco se sabe o quanto de história o lugar reserva.
Pois que na linha do que o sol revela,
ao transcorrer do longo dia,
o que reluz é o ouro que da vida se leva.
Março/MMXII