" A Roseira do Jardineiro do Céu "

" A Roseira do Jardineiro do Céu "

A muito tempo, numa fria manhã no Jardim do Amor

o Jardineiro do céu, estava preocupado com sua única roseira...

Que não mais crescia, e ainda não havia dado nenhuma flor.

foi então, que o bom velhinho resolveu fazer sua poda primeira.

Cortou os galhos secos, retirou as ervas daninhas do chão,

adubou a terra com muita delicadeza, fertilizando sua raiz.

Escorou e amarrou a plantinha, numa ponta de um varão...

aguou e rezou, para ela vingar, ser forte e muito mais feliz.

Depois de alguns dias, agora a Roseira com outra aparência...

Abelha, borboleta, grilo, joaninha, disputavam onde nela pousar.

E o Velho jardineiro feliz descansava, depois de muita assistência,

o Jardim do Amor tão cheio de vida, a roseira á perfumar.

Arco Iris, inicia no brilho do orvalho, da manhã gostosa,

girassol de felicidade, as onze horas, exala a essência do dia.

Violeta linda se destaca, entre orquídea e a tulipa toda prosa,

finda a ponte das cores, no copo de leite da alegria.

No alvorecer do novo dia, algo diferente aconteceu...

Um filhote de passarinho, no jardim sozinho a rodar.

Joaninha disse ter visto, quando ele da roseira apareceu,

com um bater de asas esquisito, rodopiando sem sair do lugar.

E os galhos da roseira que cresceram muito, com o peso dos botões,

se envergaram, quase a tocar no chão; E o passarinho ali se escondia,

embaixo das asas da mamãe, se protegendo dos vilões

aquecido e acarinhado entre as folhas, passava seus lindos dias.

E a roseira, então conseguiu a magia de desabrochar

lindas rosas, viradas para o chão, e o bebezinho beijava a flor

como se fosse mamadeira, ia se alimentando do néctar

fortalecendo a cada mamada, batia suas asas feito hélice de motor.

O pequenino passarinho, dava seus passos com muita alegria,

ao redor da planta, sempre voltando para o seu anjo protetor.

As marquinhas do seu caminhar, mais parecia escrita feito poesia

vista por todos os habitantes, que frequentavam o jardim do amor.

Agora o pequeno pássaro, escalava os galhos da Mãe Roseira

causando um reboliço a todos, que ali usavam para pousar.

Abelha zoava zangada, procurava as flores por cima e na beira

não achava, borboleta também perdida, resolveu se mudar.

E a roseira com seus lindos cachos, florindo o chão, sempre forte,

com seu filhote adotivo, feliz ia vivendo abdicando da vaidade.

Queria apenas ver seu filhote, aprender a voar do sul ao norte,

atravessar as montanhas, vales, rios, sobrevoar a cidade.

Mas como isso acontecer?... Se o seu pequeno não teve a sorte,

de ter asas normais, e ser hiperativo, não ter muita habilidade.

Vivia se batendo nas folhas, muito levado, era de morte.

A Roseira se sentia só, nem o Girassol girava para o seu lado

borboleta voava bem alto, e a joaninha não saia das onze horas.

A abelha violetou...(ficou roxa), pela flor de não ter encontrado...

o Jardineiro se fez ausente, para a Roseira não existia mais aurora

apenas a dedicação de cuidar do filho passarinho adorado.

O inverno chegou acinzentando o céu, deixado-o escuro

não se ouvia mais nada, nem o cantar do Grilo.

As lagartas se fecharam hibernando em seus casulos,

e o Jardim sem arco iris, entristeceu, perdeu o brilho.

A roseira, a unica planta com suas folhas verdes, no frio a sobreviver.

Protegendo o ninho com as rosas, que virada para o chão,

servia de berço para seu filhote querido, lindo de doer...

Ninguém sabia, de onde vinha tamanha disposição,

se era do adubo, ou da mão do velhinho, que a fez crescer.

Aos poucos o Sol de mansinho veio a surgir,

despertando vida no jardim, com o maior esplendor.

Sementes eclodiam da terra viva, plantas novas a colorir,

e a roseira com seu filhote, ia distribuindo todo amor.

Tudo em harmonia no jardim, felicidades a exibir...

Batizaram o passarinho com o nome de Beija flor.

O Jardineiro do céu, com muito exito, atingiu seu objetivo

conseguiu fazer sua roseira ser forte, repleta de amor e dedicação.

Destes a ela, um passarinho franzino, especial e hiperativo,

viu ela obedecer o corte da poda, dando a flor virada para o chão.

E assim o bom velhinho, veio a terra semear essa semente,

para que ela possa germinar o amor, a aquele que no coração tem fé,

apenas trocou o nome, por um que ficasse marcado eternamente...

Um tão suave quanto a Rosa, decidiu então chama-la de Mulher.

e se por acaso outro Beija Flor aparecer,

ela docemente saberá acolher.

Nilton Cabeça.