O mago
Se uns usam mal a dignidade humana,
Não me atinge, a minha segue intacta;
fatos ciosos teimam em jogar na lona,
a toda empáfia daquele que se jacta...
O esconderijo de palavras sempre falha ,
pois o vento dos fatos usa fazer estrago;
e lá vai o cínico em busca de mais palha,
como se fôssemos plateia e ele o mago...
nem toda a farinha termina como pão,
depende das razões simples do padeiro;
o fato é que muitos precisam aceitação,
A outros, basta o zelo de ser verdadeiros...
Almas em desordem carecem tantas leis,
Às hígidas basta o inciso da consciência;
Quando o lugar de dois se ocupa em três,
Aperta tanto que já não cabe a decência...
Braço não supre o que o caráter sonega,
Aliás, existe um melhor uso para a lenha;
Se, uma força maior, à Maria agora pega,
Essa recorre à padroeira, Maria da Penha...
Como, pensa ela, o sujeito tanto mudou?
De amante apaixonado virou déspota frio;
era assim desde quando com a dita casou,
mas, estava tão empolgada que sequer viu...