RECADO A GALENO BARBOSA DE FREITAS
Querido irmão, a quem tanto quero
E de quem tão pouco desfruto, na
razão da distância que nos separa,
Tu nesse rincão e eu n’outra plaga.
Saudades amainadas, n’uns poucos
momentos, em raras ocasiões, recuperadas,
no esforço extremo de nossos sentimentos,
em rápida mas longa viagem, alada.
Retorno a nosso pedaço querido,
A reascender fortes recordações,
D’outros tempos, de nossa gente,
E de passagens fortes, frementes.
E no reencontro carinhoso e fraterno,
Me entregas seu traçado “ Pensamento” –
Súplicas que fazes a Deus - nosso Senhor -
Nessa sua lide, de alegria e tormentos.
E nessa súplica, em versos, agradeces,
A Deus Pai, as dádivas que recebestes,
entre saúde, fortuna, filhos, netos,
Amigos e uma esposa encantadora...
Diz-se feliz, com as efusivas provas de amor,
porém, trôpego, já velho, doente e cansado.
E, nesse apelo insólito, sinto-te amargurado
Ao pedir de Deus, a morte, para fugir à dor!
Mas, o que será também de nós, se partires,
Com o sofrimento de teus filhos, netos, bisnetos,
irmãos, genros, noras, amigos e esposa, tão
amados e presentes, como sempre bem o dizes?
Envelheces a cada dia. Sim, querido irmão, nas rugas
E manchas fortuitas de tua maltratada derma,
Mas nunca nesse semblante, nem em teu
Espírito, tangido por essa juventude eterna!
Reverência a meu querido irmão.
Urias Sérgio de Freitas