RECADO A GALENO BARBOSA DE FREITAS

Querido irmão, a quem tanto quero

E de quem tão pouco desfruto, na

razão da distância que nos separa,

Tu nesse rincão e eu n’outra plaga.

Saudades amainadas, n’uns poucos

momentos, em raras ocasiões, recuperadas,

no esforço extremo de nossos sentimentos,

em rápida mas longa viagem, alada.

Retorno a nosso pedaço querido,

A reascender fortes recordações,

D’outros tempos, de nossa gente,

E de passagens fortes, frementes.

E no reencontro carinhoso e fraterno,

Me entregas seu traçado “ Pensamento” –

Súplicas que fazes a Deus - nosso Senhor -

Nessa sua lide, de alegria e tormentos.

E nessa súplica, em versos, agradeces,

A Deus Pai, as dádivas que recebestes,

entre saúde, fortuna, filhos, netos,

Amigos e uma esposa encantadora...

Diz-se feliz, com as efusivas provas de amor,

porém, trôpego, já velho, doente e cansado.

E, nesse apelo insólito, sinto-te amargurado

Ao pedir de Deus, a morte, para fugir à dor!

Mas, o que será também de nós, se partires,

Com o sofrimento de teus filhos, netos, bisnetos,

irmãos, genros, noras, amigos e esposa, tão

amados e presentes, como sempre bem o dizes?

Envelheces a cada dia. Sim, querido irmão, nas rugas

E manchas fortuitas de tua maltratada derma,

Mas nunca nesse semblante, nem em teu

Espírito, tangido por essa juventude eterna!

Reverência a meu querido irmão.

Urias Sérgio de Freitas

Urias Sérgio
Enviado por Urias Sérgio em 26/05/2007
Código do texto: T502485