TRIBUTO DE AMOR
Eu não sei porque "meu amor”
que não sei tratar-te assim,
se queima dentro de mim
a mesma antiga paixão,
estraçalha-me o coração
quando te olho, mas não falo,
fica preso no gargalo
meu grito de adoração.
Quando me flagras te olhando
e perguntas: o que foi,
eu sinto-me como um boi
velho e desqualificado,
fico todo encabulado
e não te digo o que penso,
espero um dia mais propenso
falar meu amor adorado.
As vezes tenho vontade
de mirando-te falar,
teu lindo rosto afagar
com minhas mãos, levemente...
sentir o que você sente,
sente, pensa e não dizes,
abrindo-me cicatrizes
nesta minh'alma já doente.
Se não confias mais em mim
eu não tiro a tua razão,
machuquei teu coração
com minhas vãs aventuras,
eu não mereço a candura
e nem teu olhar amoroso,
mas espero esperançoso
os teus: perdão e ternura.
Quero apenas o direito,
o que tenho de te amar,
poder também te provar:
que somente você eu quero,
e quase me desespero
com as tuas negativas,
mas eu trago rediviva fé,
e por isso te espero.
Pico da Neblina-AM,
Lado Oeste, 27 de julho de 1990.