À FILHA GRACIELLE
Tão menina, tão adulta
e simplesmente bonita,
meiga, doce, sempre evita,
humilhar seu semelhante.
Tem talentos o bastante
ainda não sabe o que quer,
será o que Deus quiser
pede o pai sempre distante.
Esta oração que dirijo
pedindo aqui das alturas,
que tenhas muita ternura
com todos os semelhantes,
que respeites o bastante
para seres respeitada,
pra que sejas mais olhada
pelo teu anjo guardante.
O pedido de teu pai
que anda muito preocupado,
mesmo sem ter estampado
na testa, com letras grandes;
É costume no Rio Grande
que vem dos antepassados,
amar sem dizer aos brados
o que no peito se expande.
Querida filha te amamos eu,
a mãe com muita ternura,
pois o nosso amor perdura
unidos com tuas irmãs,
não quero que sejam vãs
o que faz por ti, tua mana,
carinho que dela emana
como o rancho ao picumã.
Despede-se o pai cansado,
a vela está terminando,
do NEBLINA estou rezando
para que sejas feliz,
como a brancura do giz
quero o futuro pra ti;
quando nascida te vi
rogar a Deus, sempre fiz.
O amanhã é todo teu
leve com calma e paciência,
cuidado com convivências
perniciosas, com maldade.
Com fé e muita humildade
em Deus vá sempre pensando,
ajudes sem pensar quando
receberás caridade.
Garimpo da Bacia
no Pico da Neblina-AM,
28 de julho de 1990 (19:30)