Cândida

Ser Cândida pura,

Quem não desejou.

Ao entrar no céu,

São Pedro saudou:

“Querida, pequena,

Tão doce velhinha,

Que nunca passou

De uma menininha!”

Calma e responsável,

Adulta e realista;

Com amor realizava

Tudo da sua lista.

Entre as tarefas do dia ,

Cuidar dos filhos e netos,

Marido não compreendia

Seus dissabores, ao certo.

Contar histórias, tarefa

que muito amava, e fazia

seus netos adoravam ouvi-la

recitando uma poesia,

Mas cumpriu com perfeição,

Sem deixar a dever nada,

Partiu sem deixar rancores

Querida e admirada.

Seus sonhos tão simples

Conseguiu realizar,

Pois nada havia de “muito”,

Dentro do seu sonhar.

Se a procurar hoje em dia,

Acho que a devo encontrar

No céu entre os arcanjos,

Porque é lá que deve está.

E esta pequena e tão doce velhinha

é o meu exemplo em tudo o que faço.

Se escrevo meus versos com maestria

é da vovó Cândida que herdei o traço.

Nilma Rosa Lima
Enviado por Nilma Rosa Lima em 14/08/2014
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