Cândida
Ser Cândida pura,
Quem não desejou.
Ao entrar no céu,
São Pedro saudou:
“Querida, pequena,
Tão doce velhinha,
Que nunca passou
De uma menininha!”
Calma e responsável,
Adulta e realista;
Com amor realizava
Tudo da sua lista.
Entre as tarefas do dia ,
Cuidar dos filhos e netos,
Marido não compreendia
Seus dissabores, ao certo.
Contar histórias, tarefa
que muito amava, e fazia
seus netos adoravam ouvi-la
recitando uma poesia,
Mas cumpriu com perfeição,
Sem deixar a dever nada,
Partiu sem deixar rancores
Querida e admirada.
Seus sonhos tão simples
Conseguiu realizar,
Pois nada havia de “muito”,
Dentro do seu sonhar.
Se a procurar hoje em dia,
Acho que a devo encontrar
No céu entre os arcanjos,
Porque é lá que deve está.
E esta pequena e tão doce velhinha
é o meu exemplo em tudo o que faço.
Se escrevo meus versos com maestria
é da vovó Cândida que herdei o traço.