Cortina do Passado I
Às vezes abro a cortina do passado
E sento-me a janela da lembrança
Espio sorrateiramente o nosso roçado
Eu, ainda uma criança
Papai, nos ombros me levava
O caminho era cheio de espinho
E o meu pezinho machucava
Papai olhava pra mim com carinho
Com sabedoria sempre me orientava
Chegando a casa da vovó
Pedia a sua bênção e a sua mão beijava
Deixava-me livre a brincar
Eu ia a vovó perturbar
Pedia a linguiça que estava a defumar
Vovó subia ao fogão
E pegava uma inteira
Pra eu comer com pão.
Papai não gostava disso não
Fazia cara feia
De quem comeu e não gostou
Na volta pelo caminho
Livrava-me dos espinhos
Mas do sermão! Não me livrava não.
Às vezes abro a cortina do passado
E sento-me a janela da lembrança
Espio sorrateiramente o nosso roçado
Eu, ainda uma criança
Papai, nos ombros me levava
O caminho era cheio de espinho
E o meu pezinho machucava
Papai olhava pra mim com carinho
Com sabedoria sempre me orientava
Chegando a casa da vovó
Pedia a sua bênção e a sua mão beijava
Deixava-me livre a brincar
Eu ia a vovó perturbar
Pedia a linguiça que estava a defumar
Vovó subia ao fogão
E pegava uma inteira
Pra eu comer com pão.
Papai não gostava disso não
Fazia cara feia
De quem comeu e não gostou
Na volta pelo caminho
Livrava-me dos espinhos
Mas do sermão! Não me livrava não.