Saudade órfã

Mãezinha,

teu filho, o homem grande e velho,

quer virar menino,

ter de volta o teu colo,

mas é órfão de tudo...

Assim, resolvi fazer este poema,

também órfão,

mas paridor de versos

mesmo que falem de retrocessos

e dores de amores

de quem não tem mais mãe.

Suporto essa grande dor de amor,

ao lembrar-te todos os dias,

principalmente quando me visita a agonia

e careço de teus braços.

Mãezinha, teu dia é hoje, eu sei.

Estou menino, alegre, sorrindo

para poder mascarar a grande dor,

voz de uma maior perda de amor

o mundo quis que eu tivesse.

Mãezinha, parabéns...

Se o mundo não é lugar mais de ninguém,

me leva!