CONSTRUINDO O PROPRIO TEOREMA
DANILA MARIA
Minha irmã...
A infância com seus escombros
Não apagou o seu amanhã
Essa escada que subimos a cada dia
Degrau por degrau
E esquecemos de contar a altura
No volume dos anos.
Minha irmã
Com seu sorrio de mar aberto
Seu cabelo de mata fechada
Construiu seu próprio teorema
E deixou os versos primaveris guardados
Como segredos
De uma fome antiga.
Ela virou o tabuleiro de xadrez
Colocou a rainha no bolso
E partiu
Venceu a morte com um grito
Dançou sobre facas
Mas nunca esqueceu
O caminho de volta.