O CAMINHO DA VOLTA

URIAS NONATO

Desde cedo

Era ele o que acompanhava o pai

Mover as engrenagens do motor.

Era dele o salto mais alto

E o medo mais puro.

As moedas perdidas

O sorriso da surpresa fachada na mão.

Na força de um trajeto

Aprendeu a manobrar

Entregar tão rápido as encomendas

E voltar

Ele sempre voltava com o sol.

Mas isso foi muito antes

Dos fios serem estendidos

Das portas abrirem o som incerto

Do confronto com a noite

Da multidão sentada na sala da espera

Da diluição do tempo

E ele era o juiz do acordo.

Ricardo Nonato 17.09.2013

RICARDO NONATO ALMEIDA DE ABREU SILVA
Enviado por NATINHO SILVA em 06/03/2014
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