Infância
Saudade da infância!
Inocência, pureza de infante!
Morava em fazendas distantes.
Meninice deixada para trás.
Na lembrança constante.
Tudo supervisionado pelo pai.
Que brincava.
Que ensinava.
Brigava porque nos corrigia.
O amor, o carinho, permaneciam.
O respeito e a amizade eram contínuos.
Presente em todos os momentos do dia.
Antes do nascer do sol.
Coando o café na cozinha eu o ouvia.
Logo cedo ele saía, para a lida.
Não vinha almoçar, voltava só no fim do dia.
E chegava trazendo carinho e alegria.
Em uma capanga arrumava seu lanche.
Uma garrafa de café para acompanhar.
Com o barulho das vasilhas.
Com o cheirinho do café.
A turma quase toda acordava.
Dez filhos, éramos.
Leite ao pé da vaca ele trazia.
Acredite Toddy já existia!
Enchia os copos.
Uma borda de espuma se fazia.
Devido á força com que o leite caía.
Sorridentes a gente bebia.
E ria do outro que um bigode de leite, maior fazia.
Pão?
Por lá não se via.
Somente roscas, biscoitos e bolos assados no forno á lenha
Guardados nas latas de alumínio.
Que a gente comia.