"QUANDO SOMOS PAIS DOS NOSSOS PAIS"

Poeta Cypriano Maribondo – cmgtpoeta@yahoo.com.br – Em 18/11/2013

Eu escrevi este poema inspirado no texto “Pai do Meu Pai Mãe da Minha Mãe” do jornalista e colunista FABRÍCIO CARPINEJAR, publicado no Jornal Zero Hora - Revista Donna, pag.06, Porto Alegre - RS.

Edição 17575, em 06/10/2013

Na vida de todos nós, seres humanos.

Chega o dia que vai nos transformar.

Acontecendo uma grande mudança.

Que quebra a nossa história familiar.

Quando a filha será mãe da sua mãe.

O filho, pai do seu pai, também será.

Isto acontece com o passar dos anos.

Uma nova ordem que a vida nos dará.

Pai e mãe, já estão ficando envelhecidos.

Movimentos imprecisos andam devagar.

Como se vivessem envoltos numa névoa.

Seus belos olhos já não querem enxergar.

As suas mãos fortes que nos amparavam.

Já não tem a mesma força, para segurar.

Antes os seus passos ágeis, firmes e fortes.

De pé sozinhos, não conseguem mais ficar.

Aquele PAI, para o filho, um Super Herói.

Que o protegia, educava, dava o seu amor.

Hoje suspira e geme, já não tem lembrança.

Não reconhece o filho, vive só na sua dor.

Olhar fixo a procura da porta ou da janela.

Tudo parece longe, um corredor inatingível.

Já não consegue trocar a sua própria roupa.

Tomar o seu remédio, se torna impossível.

Aquela mãe, carinhosa e cheia de amor.

Que nos gerou, amamentou e protegeu.

Hoje é dependente da nossa proteção.

Vamos dar para ela, o que ela nos deu.

Assim somos hoje pais dos nossos pais.

A vida hoje nos deu esta grande emoção.

Os pais que nos deram amor e segurança.

Viram filhos e precisam da nossa proteção.

Aqueles PAI e Mãe que nos deram a vida.

Nossos primeiros passos eles ampararam.

Deram o seu colo nos nossos pesadelos.

Os nossos deveres de casa eles ensinaram.

Hoje na velhice eles se apoiam em objetos

Olhar fixo no infinito, tentando se lembrar.

Acham-se estranhos na própria residência.

Os óculos na mão, não consegue encontrar.

Feliz do filho, PAI do PAI, antes da morte.

Triste do filho que só no enterro aparece.

Não conviveu com ele nos últimos minutos.

O pai doente, no colo do filho, adormece.

Quando acorda chama seu filho querido.

Filho onde está você? Venha e fique aqui?

Ele diz para o PAI emocionado: Aqui estou.

O PAI sente-se em paz, o seu filho está ali.