AINDA VEJO O MENINO EM VÔCE

Com que mente você acordou esta manhã?

Não vejo em teus olhos o lampejo confiável da razão

Há irmão eu já vi tuas lagrimas

Já vi tua ira num dia em que não tinhas amor

Já partilhei de tua fome

Eu sei... eu sei de teu desejo

E conheço teu medo

Aquelas trevas que escondes onde ninguém mais pode ver

Aquela dor que esta onde outros não podem alcançar

Já chorei por ti irmão

Já lutei por você

Já lutei com você

Nos dois sabemos que sim

Ainda há luz irmão queria que pudesses entender

La onde todos choram ainda há luz

Vem comigo como tantas vezes antes

Vem comigo por que estou disposto a ir

É a risperidona a tua luz agora?

É o culto?

As ágeis palavras do pastor?

É a fé?

A tua fé?

A de nossa mãe?

É a minha torta e ineficiente “fé” de ateu?

Não me importa

Não me importa...

Às vezes em simples manhãs claras

Eu ainda vejo lampejos de luz em teus olhos infantis

Vejo vestígios de sorrisos simples e joviais em teus olhos

E vejo amor irmão...

Eu vejo amor...

E se esta luz é química é mística é mágica não me importa

Eu vou alimenta-la

Vou nutri-la com tudo o que tenho

Com minha própria luz se preciso

Esta ai em você eu sei que esta

No meio deste homem atormentado que a vida fabricou

Esta o menino sorridente e afável que um dia invadiu meu quarto pra me pedir estórias que nem podia entender

Enquanto houver vida em mim... não vou deixar este menino morrer!

Para Regis meu irmão, que a enfermidade que hoje é teu peso não seja nunca mais do que apenas mais um fator que fortalece nossa união! Te amo irmão!