Vovô do sertão

Não conheci a meu avô,

mas dizem que era sertanejo dos bãos

Guiava como ninguém seu velho carro de boi

Pelas estradas empoeiradas do sertão

No foice tinha destreza

Para abrir qualquer picada

Bicho bravo, caça feroz

Tinha fim no cano de sua espingarda

Não era estudado, mas com muita educação,

seus filhos todos criou

Na mesa nunca faltou o pão

E no paiol sacas de arroz sempre sobrou

Por azar do destino, morreu trabalhando

Quando cortava uma grande árvore

Um galho pesado em sua cabeça desabou

Deus, que cuida de pessoas bondosas, o levou

É certo que todos nós sofremos com este desastre

Mas confortamos por saber, que estás no céu descansando.