Hoje sonhei que você tinha morrido, pai
Hoje sonhei que você tinha morrido, pai
E embora acordado esse alívio não me satisfaz.
No sonho eu chorava,
Acordava ileso
Depois pensava novamente
E novamente indefeso.
E realmente
Eu acordei sem lágrimas no rosto
Independente
Que no sonho tenha sido oposto.
Mas quando comecei a recitar essa poesia
Meus olhos brilhavam
De sofrimento, agonia.
Ia recitando-a, inventando-a
Chorando novamente,
E aquele moleque irresponsável
Agora, aos menos na mente,
Era diferente, não era avulso
Pensava mais.
Porque fora da mente era o mesmo incapaz,
De perceber
O quanto te amo e
O quanto sou seu fã,
Perceber que meu herói
Não era dos desenhos
Era o herói do amanhã.
Porque você morreu só no meu pesadelo
E se não percebeu
Não quero te copiar só no cabelo.
Me baseio em você
Você é meu ponto de partida
Sem precisar te ler ou descrever durante a vida.
Não sei se já se orgulha de mim
Mas meu orgulho por ti é tanto, pai
Que esse tanto transborda tanto
Que guardo o pouco que cai.