Amar-te assim, sem fim.
Nove meses, em teu leito me hospedei.
Desde então, melhor abrigo não encontrei.
Tão puro, singelo e acolhedor,
Envolto de um manto protetor.
Sentia-te tão forte em mim,
Sentia-me parte de ti.
Repentinamente, vi-me jogado;
Lançado em um lugar que jamais conheci,
Onde tudo era não apressado,
Tão diferente, vi-me descrente.
Perdera meu abrigo, ponto de paz.
Mas, mesmo assim, sentia-te aqui.
E a cada dia mais
Meu amor por ti crescia.
Mulher mais linda que já vi,
Amor mais puro que pude sentir.
Noites em claro, dias perdidos, desprogramados.
Pessoa tão prestativa assim,
Carinhosa como ninguém, mãos de cetim.
Sem nada pedir em troca,
Destinou sua vida a mim.
Tropeços e erros, frustações.
Nada tirou-a de mim.
Mostrava-me o caminho a seguir,
Guiava-me – e ainda guia-me –
Na esperança de um sorriso ver
Despertar em mim.
Tão majestosa, maravilhosa.
Caráter sem igual, pura como o céu.
Larga tudo, enfrenta o mundo.
Renasce a cada dia,
Gradativamente mais linda.
E meu amor por ti
A cada minuto se multiplica,
Se transforma, se eterniza.
Mesmo que não me abrigue mais em ti,
Sinto-te ainda viva em mim.
Proveniente de tua deslumbrosa carne,
Gerei-me em teu coração.
Parte de mim, faço parte de ti.
Amo-te como ninguém,
Mais que a mim.