Clara Luz
(Para Clarice Maciel - O Nascimento)
Escreveria aqui até em esperanto
--- Caso pudesse
Para inaugurar a “iluminação”
Desta minha 1ª prece
Sem esperanto, no entanto,
Dando voltas pela minha manjedoura,
Arquitetada e ungida com Barro Branco,
Anexo minha mera homenagem duradoura:
2012 de Julho, como nas “Escrituras”,
Além da previsão exata – e santa – de uma amiga
Foram, hoje, determinadas tão apoteóticas e puras
Quanto a bondade da padroeira dos bem-aventurados vagabundos: Jadwiga
Falo da “Iluminação” que resplandece ao ser dado a luz
Momento sagrado de urros e dores
Diferente da que sempre me opus
Deparei-me, então, com a bendita cruz de flores
A luz metafísica não adere à verdade
E berro apenas pela que reflete a imagem
Da vida que nos é cabida a ver e enxergar
Sem o cabotino Mistério que tende a se resguardar
“Quem enxerga a luz do cego
Não enxerga a luz que o cego enxerga”
Minha própria citação eu reemprego
Como uma auréola que não pode ser aberta
A Luz acende e apaga a todo momento
Em salas cirúrgicas e em apartamentos
Apesar de santificada, ela não deixa de ser temporária
Mas a aceitamos com os dois olhos para nunca deixá-la solitária
Este meu suposto efêmero devaneio existencial
--- Como uma lanterna que clareia a verdade concreta
E ilumina, por instantes, a VIDA: única coisa celestial ---
É – hoje – exclusivamente para ti! De seu improvisado poeta,
Devin
17/07/2012
(Publicado, em 2014, no livro Reflexos da Lua Sobre o Sol)
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