Fábrica de Sonhos.
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Põe a mão no peito, nos meus ombros,
minha mão sobre a tua, face a face.
Onde houver Deus: cacos de vidro e estilhaços de pólvora.
Em minhas mãos mágicas pombos voam de minha cartola,
pedaços de minha mente, desejos estilhaçados.
Sou como o Espantalho da Terra de Oz.
Põe seu olhar junto ao meu, senta do meu lado, mamãe.
Minha história é triste, mas eu vou lhe contar pela última vez.
Nenhum de nós é tão culpado assim. Só queremos a Liberdade.
Ouço, ouço, ouço e o eco traz estampidos mascarados de silêncio,
porque sou filho de uma outra guerra mais fria.
Pousa na palma dos meus sonhos, eu decidi explodir o jardim de nossa casa
antes que ele me invada e exploda os meus sentimentos.
Senta ao meu lado, papai.
Há tanto ódio em meu coração que sou capaz de implodir
antes mesmo de amanhã.
Sentado daqui como eu gosto desses holofotes...
E se me dizem: “ _ Vem, vem por aqui...” Eu não vou.
Patrícia Porto