QUERO
Quero aproveitar cada momento com os meus filhos, pois, sei que o tempo é implacável e sempre pronto a enganar. Ele passa ligeiro e sutilmente avança sem se deixar notar.
Quero aproveitar muito, antes que as minhas crias cresçam, criem asas e agora, estejam prontas pra voar. Não quero ter remorso por não ter marcado no batente da porta cada centímetro crescido, enquanto os anos de cada um deles, estiveram a passar.
Quero brincar de bola e de boneca, quero tomar sorvete de casquinha e me lambuzar. Quero rolar na grama com eles, tomar banho de chuva, fingir que sou cavalo e deixar todos eles no meu lombo cavalgar.
Quero abraçá-los todos, num só abraço, beijar cada rostinho, daqueles beijos de estalar. Brincar de esconde-esconde e assustá-los quando debaixo da cama, um deles me encontrar.
Quero empinar pipas a céu aberto, tentar andar de patins e deixar o filhote morrer de rir quando eu no chão me esborrachar. Quero com eles, deitar na areia, em noite de lua cheia, e contar estrelas até o sono chegar.
Quero nos dias frios aconchegá-los todos comigo debaixo do cobertor. Brincar de “o que você vai ser quando crescer?” Ouvir de novo, o mais velho dizer que quer ser advogado; a pequena quer ser médica, o do meio, aviador.
Quero em cada noite, que o Senhor nos der, reuni-los todos para orar. Um a um, com a singeleza de cada um, vão aprendendo a importância de com o Papai do céu, falar.
Quero, a cada um, cobrir, na caminha em que vão dormir. E antes de me despedir um beijo e um abraço, em cada um, eu quero dar. Apago as luzes do quarto deles e vou para o meu quarto, agradecido, me sentindo um pouco mais enriquecido, por ter três joias preciosas vivendo e crescendo, dentro do nosso lar-doce-lar.
É só isso que eu quero.
(Doces lembranças de Thiago, Thimóteo e Thais, quando crianças)