Por que as mães não são Deus?
O meu filho sempre contrastou.
Entre o ser, o estar sendo e o vir a ser.
Nada nele era “aparentemente” indecifrável.
Bastava ver apuradamente suas ações.
Perceptíveis mesmo ao olhar mais desatento.
Olhar contemplativo.
... Divagando!
Caminhar apressado.
Inquietação...
Às vezes perdia o brilho do olhar.
Entristecia-se. Sem nada proferir.
Mas quando abria o sorriso, ah, que belo!
Tinha o afã dos que sempre querem resolver tudo
... Dos outros.
Muitas vezes o encontrei na cama
Olhar fixo no teto
Que pensas, meu filho?
Apenas sacudia a cabeça sem nada dizer.
Doía-me o coração.
Queres algo?
Negativamente acenavas.
E eu me colocava ali,
Perto dele... Em silencio.
Respeitando sua introspecção.
Talvez eu devesse ter gritado, sacudido seus ombros.
Tê-lo tomado pelas mãos
Levantado seu corpo da hipnose.
Daquela letargia.
Quem dera adivinha eu fosse!
Questiono?
Sim.
Por que as mães não têm o poder de Deus?
De saber o tempo e hora.
Para agir.