CELA DE PRATA

CELA DE PRATA

Nas fazendas do pantanal!
Em épocas de comitivas.
Os gados cortavam as estradas.
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Atravessavam em meio às águas.
Do grande rio Araguaia.
Os peões em seus cavalos.
Paravam sempre a descansar.
Ali entre uma prosa e outra.
Cada um contava a sua.
A frente da comitiva era muito interessante.
Só se ouvia o sonante, do despertar do berrante.
Nas noites de lua cheia.
Todos assentavam- se em meio à roda.
Pra cantar moda e viola!
Numa destas cantorias.
Um peão por nome Juca.
Sempre lá no seu cantinho ficava triste a pensar.
Por que Juca estava só?
Indagando o capataz.
Estou pensando meu caro amigo,
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Pois meu pai foi peão,
Antes de ele falecer.
Acordou no amanhecer.
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E me levou lá no porão!
Deu-me um abraço apertado.
Que não hei de esquecer.
Abriu um velho baú,
Enfeitado de bambu.
Dentro dele uma mala.
Com aquelas mãos tão fracas,
Deu-me uma cela de prata,
O qual guardava com amor!
Porque era do meu avô!
Filho não perca a esperança.
Esta cela é a única herança.
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Que tenho a lhe oferecer.
Não juntei muito dinheiro.
Neste mundo de meu Deus.
Filho não sei escrever, lutei com dificuldade e não fiz nenhuma faculdade.
Nunca usei uma gravata.
Mas esta cela de prata, pra mim, tem muito valor.
Como um diploma de doutor.
HELIO ARAUJO
Enviado por HELIO ARAUJO em 17/01/2013
Reeditado em 02/02/2013
Código do texto: T4090240
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