Vida Tremida

Belém, 02 de Janeiro de 2012

Poderia ter sido de barco

De carro, de trem ou indo a pé

Que claridade

Sua imagem me trouxe intimidade

Sua voz era como o badalar da Sé

Era sentir-se forte ao mesmo tempo fraco

Daquele dia em diante eu seria teu

Meu amor

Minha vida

Terias um passado, um presente e futuro

Meu amor

Minha vida

Só consigo na mente namorar-te

Fiz de meu caminho uma arte

Dela saíram estas belas flores

Tens o juntar de todos meus amores

Mas vivamos o que o amor nos prometeu

Meu amor

Minha vida

Nossos filhos terão berço de ouro

Meu amor,

Minha vida

E fizemos uma feliz casinha

Singela e doce varandinha

Nos embalos da rede o amor suado

O que poderia dar então errado?

Vou de noite sair mais uma vez

É rápido, te digo que não demoro

Não preocupa

Ainda não vejo em mim culpa

Quase não acerto a casa que moro

Exagero, eu não bebi tanto assim este mês

Teu ciúme não pára, permaneceu

Meu amor

Minha vida

O dinheiro é meu, pois trabalho duro

Meu amor

Minha vida

O menino tá ainda a vomitar?

Pra farmácia, mas no caminho o bar

Minha mão bateu em ti, minha vida?

Não me lembro dessa marca mantida

Eu percebo suas sacolas prontas

Diga-me: pra que as roupas nelas?

Solidão

Estava sozinha a bola no chão

Não vi correria de pequenas pernas

Vi caderno largado com nossas contas

E a bebida nesta guerra venceu

Meu amor

Minha vida

Pensamentos frios de temas impuros

Meu amor

Minha vida

Minha mão só treme agora

Não me importa o conceito de hora

Minhas vestes são menos que a lama

Minha voz sem querer te chama

Minha vida enfim se perdeu

Meu amor

Minha vida

E na outra que tiver eu juro

Meu amor

Minha vida

Ser fiel à nossa casa

Abrigar-te em tua asa

Mas o que me fascina

Enfim minha vida

É a misericórdia divina!