Herói incomum
Lembro muito bem de pentear seus cabelos com os dedos.
Sentado em teu colo contava-me estórias,
eu era apenas um menino a sorrir para um herói incomum.
Que tinha a pele grossa e calos nos dedos,
guardava a tristeza e encarava seu medos,sem chorar.
Da vida sofrida da roça fazia lição,
eu era a voz e ele o violão,
quando dedilhava "O menino da porteira".
Meu pai nunca soube muito bem como dizer eu te amo,
acho mesmo que ele nunca me disse.
Mas, na simplicidade de um homem do campo,
que não se permitia o pranto,aprendi a viver,
vendo na sua ousadia de criar a família,coragem pra vencer.