MENDIGO

Do pão velho tiro o alimento,

Do chão duro faço minha cama,

Das pessoas que vejo na rua,

Delas nenhuma me ama.

Sou nascido de ventre pobre,

Criado pela dor da fome,

Porém meu espírito é nobre,

Tenho amor, tenho fé, tenho nome.

Castigado por ações do tempo,

De rugas enfeita-se meu corpo,

O tesouro que tenho é o sustento,

Do sorriso sofrido no rosto.

Orgulho-me de ser homem honesto,

Mesmo sem ter leito ou abrigo,

Este poema é um manifesto,

Ao preconceito por eu ser mendigo.