MINHAS FILHAS

Minhas filhas são tesouros

Que Deus resolveu me dar

São as jóias mais raras

Quatro diamantes a brilhar

São posses mais caras

E sem modéstia quero enaltecer

E ao Senhor nesta vida

Só tenho a agradecer

Por a mim ter confiado

Tão preciosas meninas

Juliana, a primeira

Meiga, doce e delicada

Depois chegou a Letícia

Linda, curiosa e amada

Mariana a terceira

Bela como as irmãs

É da turma a mais arteira

Maria Fernanda é a quarta

Pequena flor cheirosa, alegre e faceira

Duas já estão mocinhas

São flores do campo

Delicadas, coloridas, bonitas

As pequenas são dengosas

E muito, muito sapecas

Também são muito formosas

Parecem umas bonecas

Amoleceram aos poucos

O coração rude de um taura

Que levava o mundo aos socos

Hoje ainda taura descobriu

Que mesmo sendo guerreiro

Com orgulho sucumbiu

Ao amor mais verdadeiro

E que igual neste mundo não hai

O amor mais forte e sublime

O amor entre filhos e um pai.

Desde o nascimento umas simpatias

Altivas, inteligentes e lindas

Elas só me dão alegrias

Com forte personalidade

Estudiosas, caprichosas

Carinhosas e de muita bondade

Sem deixar de serem formosas

Preocupadas com a vaidade

Combinando as roupas do dia

Cabelos sempre brilhando

Um tal de gloss e muita perfumaria

Brincos e anéis nos dedos

Olhos profundos convidando

A um sorriso, um apego

E saem assim todas prosas

Orgulho do pai e da linda mãe

Bailando como rosas

Que o vento de leve balança

Mas é só a mãe se distrair

Já saem voando as tranças

Com seus vestidos bonitos

Brincado de pega-pega, sapata

Querendo muita diversão

Da flor mais bonita à cata

Ou pegando bichinhos no chão

Parecem um piá campeiro

Que sai pelo campo afora

Do rio grande altaneiro

Querendo viver a vida

Como se fosse uma linda estória.

Jogam bola como craques

No canto não perdem a nota

E na pescaria não se froxam

Se preciso pobre minhoca

Vai direto pro anzol

E deste direto para a goela

De algum peixe andarela

Que rapidinho ao chegar em casa

Elas botam na panela.

Na cozinha são prendadas

Hão de ser por toda a vida

A continuidade estampada

Das prendas campesinas

Que o Rio Grande mantém vivo

Conservando as tradições

Aprendendo com os mais velhos

As receitas e estórias dos rincões

Um churrasco lhes faz gosto

Como também o atavismo

Farão a sorte do moço

Que delas merecer ser marido.

E um dia então velhito

Já no inverno da vida

Estarei sempre delas pertito

Numa paixão incontida

Junto a prenda que é meu par

E nelas forjou honra e fibra

De forma linda e exemplar

Juntos agradeceremos noite e dia

A Deus Pai Onipotente

Por ter nos dado tanta alegria

Destes valiosos presentes

Esperando repetir a dose por certo

Rodeados de netas e netos.

Dante Trindade
Enviado por Dante Trindade em 14/11/2012
Código do texto: T3985690
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