Ao velho Pai

Ainda tenho lembrança,

De suas andanças.

Na gélida madrugada,

A postos para a Jornada.

Queria que vivesse mais a vida,

A nos garantir o prato de comida.

Queria contigo jogar bola descalço e sujar os pés,

A te ver contar notas de Mil Réis.

A vida era regrada,

Mas não passava fome.

Na casa o sustento,

Era responsabilidade do homem.

Combalido um dia estava,

E a má sorte esbravejava.

Com suas pernas saiu,

E por elas se viu carregado.

A camisa não era tão bem engomada,

O suor do rosto agora amargava.

Discussões à parte,

Partiu para sua vida privada.

* Esta poesia já havia escrito há algum tempo no intuito de falar sobre meu Pai, eis que nesta terça (23/10) ele foi levado de nós e para mim que estive mais próximo no dia-a-dia, foi algo avassalador. Espero ter forças para escrever algo inerente ao que houve. Deus me dê forças!*

Heloi Lima
Enviado por Heloi Lima em 26/10/2012
Reeditado em 26/10/2012
Código do texto: T3953199
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.