Ao velho Pai
Ainda tenho lembrança,
De suas andanças.
Na gélida madrugada,
A postos para a Jornada.
Queria que vivesse mais a vida,
A nos garantir o prato de comida.
Queria contigo jogar bola descalço e sujar os pés,
A te ver contar notas de Mil Réis.
A vida era regrada,
Mas não passava fome.
Na casa o sustento,
Era responsabilidade do homem.
Combalido um dia estava,
E a má sorte esbravejava.
Com suas pernas saiu,
E por elas se viu carregado.
A camisa não era tão bem engomada,
O suor do rosto agora amargava.
Discussões à parte,
Partiu para sua vida privada.
* Esta poesia já havia escrito há algum tempo no intuito de falar sobre meu Pai, eis que nesta terça (23/10) ele foi levado de nós e para mim que estive mais próximo no dia-a-dia, foi algo avassalador. Espero ter forças para escrever algo inerente ao que houve. Deus me dê forças!*