Diamante ao sol

Não consigo te proteger.

E a escuridão me deixa perdida.

Não consigo te esconder da vida.

Teu olhar, meu diamante ao sol.

Teu brilho me encanta, me engana e foges.

Luz que me cega os olhos,

Amor que bate surdo em meu peito,

Me confunde as idéias,

E não me deixa pensar.

És azougue e me escapas.

És ouro, mas não queres saber.

Não posso te proteger.

Teu sorriso me engana e foges.

Não és meu, não queres ser meu.

Meus braços ... tão curtos,

Meus passos ... tão lentos,

Meu coração ... tão fraco e surdo,

Meu desespero ... insuportável.

Por ti não sei gritar, somente choro.

O silêncio dói tanto. É escuridão.

Isso tudo é tão insano.

O som do silêncio me ronda,

A escuridão me ameaça,

Me deixa sem vida, sem paz.

És tão precioso. Mas tão frágil.

Não posso nada, a não ser te amar.

Não és meu, não queres ser só meu.

Às vezes penso que és ingrato.

Ou sou eu, imensuravelmente egoísta,

Em querer te prender em meus braços?

Hoje cheguei, não estavas

De novo o medo, a escuridão, o silêncio.

Uma prece exclamo, gritando.

Meu corpo estremece.

Meu olhar sem rumo.

Onde estás, seiva e sangue?

Não fujas mais,

Tenho medo de não te alcançar.

Por que não me ouves?

Não vês que te amo,

Que és meu encanto.

Por que foges?

Por que corres perigo?

Dói tanto o silêncio.

É tão escuro em meu peito

O som da perda me assombra.

Tanto medo, não durmo.

É tão doce te ver dormir.

Te abraçar,

Teu coração sentir.

Fique aqui e não fujas.

Tenho medo de te perder

Por não poder te alcançar.

O silêncio me ensurdece,

Me estremece a escuridão.

Nasceste sem dor. Minha vida pela tua.

Mas teu choro me acordou.

Chamaste por mim, querias viver.

Me deixa cuidar de ti. Me deixa ficar contigo.

Não fujas mais, tenho medo de não te alcançar.

Não me desesperes mais.

Volta e mora novamente em meu ventre.

Morada onde és somente meu, somente meu.

- Por favor, respira meu filho!