Sombras da noite
Sombras da Noite
Um homem ao relento
Cobre com jornal o seu peito
Na tentativa de adormecer
Sobre a laje fria do batente.
O dia fora cruel e friolento
Jamais passara tanto sofrimento.
Sem casa, sem alento.
Tentara em vão algum sustento.
Por onde andara
Mendigando por um espaço
Vira nos olhos dos afortunados
Desprezo e pouco caso.
Cada dia que passava
Mais agonia e tristeza
Dominava o seu peito
Atormentado pelo desrespeito
.
Longe, no sertão nordestino
Mulher e seis rebentos
Aguardam sedentos
Pela farinha e mantimentos
E pelo pai ausente
Que um dia prometeu
Amor e o sustento.
Escrito por Cristawein