VIZINHA

Lembrei-me da vizinha
e de seu parceiro
provedor e companheiro.
 
Ela desocupada e faceira...
Ele empertigado e sempre...
Sempre sisudo e ocupado!
 
E seus arrulhos noturnos...
Despedidas nas manhãs...
Beijos ardentes,
Mãos entrelaçadas.
Olhares pungentes...
 


Sou espectadora
em histórias

 e vidas não vividas...
Em contos inacabados
Ou mal acabados
em memórias...

 
Não atingi da vida o clímax.
Há páginas arrancadas,
desfeitas, rabiscadas...
Sem rimas ou nexo!
 
Às vezes amanheço
e num dormente sonho esmoreço:
- Como anseio a rotina
da vizinha!

24-03-2006
INEZTEVES
Enviado por INEZTEVES em 10/09/2012
Reeditado em 10/09/2012
Código do texto: T3875617
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