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M.L.Vieira em 02/09/2012



CONFISSÃO

 
O POETA DÁ, À SUA AMADA, O MELHOR DE SI --- SUA ESSÊNCIA;
SE POSSÍVEL, A PRÓPRIA ALMA!
 
                               Para Maria Luiza Vieira
                                              (aniversariante em 02/09)
 

 
Sou o engaste prazeroso
Agasalhando pedra divina,
Agradeço a tanta ventura
Por partilhares minha sina.
Ao rogar os céus a sós,
Quão afortunados somos nós:
Eu, pelos préstimos seus,
Você, um pedaço de Deus!
Ah, alma pura, eterna menina,
Energia sublime incapaz de ferir,
Maria, Maria, mãe-Maria,
Quatro rebentos viestes nutrir.
Ao longo dos anos, predestinada
Doando-se, elogiando e servindo
Da maldade, vistes pouco ou nada
Do lar, um tesouro infindo!
És minha florzinha silvestre,
Que o vento dos anos vergou,
Mas tuas raízes tão fortes
A fúria deles quebrou.
Somenos é a idade, reconheço,
Não vejo a ilusão, antes o apreço,
E como última surpresa fosse,
És fruta madura, vermelha e doce!
Luz tépida da manhã,
Réstia, a iluminar a lida,
Ressurreto, sou,
És também caminho e vida!
Aos brados ia dizer-te um dia,
Mas arrefeceu-me o ânimo, a covardia
Então, calei-me.
Amaria a Maria, porém...
Pequeno, encolhido... acomodei-me.
A luz da oportunidade apagada
Não consegui gritar, doce amada:
Tu és minha santa Maria adorada!