Ecos Fera Do Paraíso Perdido

“Nestes tempos pós-humanos o

sucesso dos vampiros está em

que nunca fomos tão próximos,

por meio deles, de nossa própria

natureza.” (Márcia Tiburi)

Santo Deus! Como posso realizar

Minha sexualidade em meio à teia

Dessas jararacas e a essas traças

Baratas em busca de samba grana

E cerimônias de casamento?

Poderei olhar por essa janela

Não ver a paisagem perdida

Nem ouvir o ruflar das asas

Do Anjo Torto a uivar nos ventos

Caído, a farejar o sangue coletivo

Insensatos, os filhos do Paraíso

Perdido buscam novos signos onde?

Entre os demônios redivivos pelos

Filmes de Hollywood que afirmam

Seres infernais produzidos pelos

Templos Antigos. Pudesse haver

Alguma sabedoria em disseminar

Espíritos malignos e fazer a Fênix

Aflita buscar uma nova vida surgir

De corações e mentes ávidos por

Uma animosidade de cinzas. Crias

De outras crianças arquipélagos a

Construir seus egos sob ameaça

Lupina? Que aprendizado poderá

Vir desse cerco à Chapeuzinho

Menina entregue ao olho de Ra

Duas vezes dando de mamar à

Netinha! —Vovó, vovó, indaga

A menina: “Foi para isso que me

Criaste e à cultura da Capela, da

Capela Sistina? Vendeste barato

Os corações e as mentes dessas

Meninas ao satanismo nefasto da

Produção de verdinhas?” Netinha

Inconformada, Chapeuzinho teima

Em perguntar: —Pariste gerações

E gerações de Meninas para dar

Cada uma à desgraça lupina das

RAposas do Templo do Olho de

Hórus do Mau-Olhado? És avó

Das netinhas destinadas a abrir

As perninhas para esse maligno

Predador? Não há proteção

Contra o domínio e o poder

Profanado dos espíritos caídos

Liberados e pactuados pelos

Satanistas fundamentalistas

Templários do rei Salomão?

Entregas assim suas netas a esse

Romantismo de demente vampe

Kokoricando no terreiro profano

Do Baphomet das maçonarias??

Vovó, vovó, esta noite mesma

Pedirão a alma de tua netinha

Quem a terá preparado para

Resistir à RAposa das galinhas?